segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Reumatismo das partes moles

Muitos estados traumáticos são acompanhados de incapacidade temporária ou permanente. O traumatismo pode ocorrer como um acidente único e violento com imediato aparecimento da lesão ou ser o resultado de traumas crônicos resultantes de hábitos posturais ou ocupacionais que originam fadiga muscular persistente, desequilíbrio músculo-fáscio-tendíneo e tensão. Assim, utiliza-se o termo "Reumatismos de partes moles" ou "Reumatismo extra articulares", para definir o estado doloroso agudo, subagudo ou crônico, das estruturas periarticulares, quais sejam: músculos, ligamentos, bursas, fáscias, aponeurosas e tendões. As entidades que se reunem sob o rótulo de reumatismo de partes moles apresentam como denominador comum dor e rigidez músculo-esquelética. Constituem as principais causas de morbidade e falta ao trabalho, causando pesado ônus às empresas e à sociedade. Estima-se que a cada ano, sete entre 100 pessoas procurem auxílio dos serviços de saúde com quadro típico de "reumatismo de partes moles".

REUMATISMO PARTES MOLES LOCALIZADO
Nessa categoria incluímos as bursites, tendinites e tenossinovites, e as entesopatias.
Bursites, tendinites e tenossinovites - Do ponto de vista histologico, as "bursas" e as bainhas tendinosas são muito semelhantes. Como tecido adventício, não possuem membrana basal e são compostas por um aglomerado de células fibroblásticas, que assim como as células sinoviais, apresentam funções macrofágicas e secretoras. As "bursas" geralmente formam uma cavidade achatada, enquanto que os leitos tendinosos são estruturas longas e tubulares. Secretam colágeno, proteoglicanos, enzimas como a colagenase e outras substâncias. As "bursas" têm como função proteger os tecidos moles das proeminéncias ósseas adjacentes, auxiliando na lubrificação das estruturas articulares. As bursites representam manifestações clínicas em locais diversos, que tem como características comum, dor localizada e disfunção. As causas mais frequentes de bursites são as traumáticas e designada segundo a estrutura anatomica que compromete. A sede mais comum dessas lesões são as bursas do olécrano, as pré-patelares, subacromial e trocanteriana. Além do trauma, as bursites podem estar associadas a outras condições clínicas, como doenças metabolicas do tipo da gota e pseudogota, doenças inflamatórias do tecido conectivo, como a artrite reumatóide, e processos infecciosos localizados. Os processos infecciososa das "bursas" geralmente ocorrem nas "bursas" subcutâneas superficiais, sendo mais frequentes as bursites pré-patelares e olecranianas. Os tendões são compostos por fibras colágenas densas, paralelas, e por fibroblastos. Sua principal função é ligar o músculo ao osso tornando-se mais eficiente, pois concentra a sua ação sobre uma pequena área. As inflamações agudas ou crônicas dos tendões e de suas baínhas (tenossinovite), tal como as bursites, frequentemente são desencadeadas pelos traumatismos, geralmente associados aos movimentos repetitivos, realizados em posições posturais inadequadas, ou que requeiram o uso de força. Ao exame clínico, podemos detectar discreto edema e calor local, com crepitação, diminuição de força e espessamento ao longo do curso da unidade músculo-tendinea comprometida. Algumas tenossinovites podem se associar a processo estenosante da bainha tendinosa, como na tenossinovite dos flexões dos dedos das mãos (dedos em gatilho), dos tendões do longo abdutor do polegar e extensor curto do polegar (síndrome de De Quervain), ou ainda nos processos inflamatórios da goteira intertubercular da cabeça do úmero (tendinite do cabo longo do biceps). O acometimento séptico de tendões e baínhas e frequente na doença gonococica disseminada e, mais raramente, pode ocorrer na tuberculose, esporotricose, toxoplasmose e micobacterioses atipicas.
Entesopatias: A êntese, local de inserção de um ligamento ou músculo no osso, está comprometida numa grande variedade de patologias. Esses pontos apresentam terminações nervosas especiais e o osso onde se inserem fibras dos ligamentos, tendões ou muúsculos não são reconhecidos por periósteo. As fibras tendinosas passam diretamente para dentro das fibras de Sharpey do osso: nota-se que o tendão se alarga e se prende diretamente em leque na zona de inserção com cartilagem hialina interposta. Durante o movimento as ênteses são expostas a grandes sobrecargas mecânicas. Freqüentemente esses pontos são agredidos em atividades desportivas e programas de condicionamento físico inadequados. Os locais mais acometidos pelos traumas diários e movimentos repetidos que levam a quadros de entesites são o epicôndilo lateral do úmero ("tennis elbow"), o epicôndilo medial ("golf elbow"), a entesopatia da pata de ganso, entesopatia retrocalcãnea e subcalcânea, entre outras.

REUMATISMOS DE PARTES MOLES REGIONAIS
Utilizamos a expressão "reumatismos regionais" para enquadrar as queixas clínicas de dores referidas e irradiadas a um limitado número de esclerotomos. Envolvem o comprometimento de raízes e terminações nervosas e, geralmente, estão associados a vícios posturais ou dinâmicos ou a alterações anatômicas estruturais. Assim, incluímos nessa categoria, os quadros miofasciais e as neuropatias por compressão.

REUMATISMO DE PARTES MOLES GENERALIZADO
Nessa categoria incluimos as algias generalizadas e difusas como as encontradas na fibromialgia, na fase prodrômica das doenças difusas do tecido conectivo, na polimialgia reumatica, algumasendocrinopatias, nas entesopatias inflamatórias primárias e metabólicas.

BIBLIOGRAFIA: http://www.portaleducacao.com.br/fisioterapia/artigos/1378/reumatismos-de-partes-moles

Nenhum comentário:

Postar um comentário